Vida
Bertrand Arthur William Russell (1872-1970) foi um dos mais influentes filósofos e matemáticos do século XX.
Pertencente a uma aristocrática família inglesa, teve como avô paterno um primeiro ministro inglês dos anos 1840. Sua mãe, viscondessa de Amberley morreu quando tinha 2 anos, e seu pai, visconde de Amberley, morreu quando possuía 4 anos. Após a morte de seus pais, Russell e seu irmão Frank são educados pelos avós.
O estudo da filosofia se inicia na Universidade de Cambridge, em 1890. Torna-se membro do Trinity College em 1908, porém perde sua cátedra após a recusa em alistar-se para a Primeira Guerra Mundial. Em 1920 viaja para a Rússia, leciona por um ano em Pequim e nos anos seguintes escreve livros relacionados a Física, Ética e Educação para leigos. Em 1939 vai viver nos EUA para ensinar na Universidade da Califórnia. Posteriormente, é nomeado professor no City College de Nova Iorque, mas tem sua nomeação anulada por tribunal após controvérsia pública (suas opiniões secularistas, entre outros fatores, o tornam "moralmente impróprio" pra ensino no College). Regressa à Grã-Bretanha em 1944 e volta a integrar a faculdade do Trinity College. Já com 90 anos, em 1962, media os conflitos dos mísseis de Cuba, e evita assim um ataque militar. Organiza também, com Albert Einstein, o movimento "Pugwash" que luta contra a proliferação de armas nucleares. Falece em 1970, após ter escrito, no final dos anos 60, sua autobiografia, composta de três volumes.
Principais Idéias Filosóficas
Russell foi o responsável por elaborar algumas das mais influentes teses filosóficas do século XX, dentre as quais destacam-se a tese logicista, ou da lógica simbólica, de fundamentação da Matemática. Segundo Russell, todas as verdades matemáticas poderiam ser deduzidas a partir de umas poucas verdades lógicas, e todos os conceitos matemáticos reduzidos a uns poucos conceitos lógicos primitivos. Fomentou assim, uma de suas tradições filosóficas, a chamada Filosofia Analítica
*Para os engenheiros de plantão, Russell foi a primeira pessoa a enunciar um problema, em 1903, incapaz de ser resolvido através da lógica aristotélica, mas apenas pela lógica nebulosa, ele foi chamado "Paradoxo de Russell". Saiba mais clicando no link a seguir:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paradoxo_de_Russell
Outro detalhe muito interessante a respeito da vida do filósofo se deve ao "Código de Conduta" liberal proposto por ele em sua autobiografia, feito à maneira do decálogo cristão, mas para "complementá-lo", e não "substituí-lo", dizia ele. Os dez princípios são:
- Não tenhas certeza absoluta de nada.
- Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
- Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
- Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
- Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
- Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
- Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
- Encontres mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
- Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
- Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
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