Mais algumas fontes de inspiração para almas aflitas:
Um blog que oferece, de forma simples, alternativas fontes de conhecimento e inspiração capazes de revolucionar a frivolidade mundana. De certa forma, pode ser considerada uma tentativa de fuga à pobreza de conteúdo veiculada nos atuais meios de comunicação.
sábado, 29 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Literatura - Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade (31/10/1902 – 17/08/1987) foi um dos mais importantes poetas da literatura brasileira.
Nascido em Itabira, Minas Gerais, leva a saudade da infância e da cidade natal por toda a vida, permeando com elas grande parte de sua obra. Deixa a cidade para trás para estudar em Friburgo e Belo Horizonte e, atendendo a insistência familiar em obter um diploma de graduação, forma-se em Farmácia.
Em 1930, publica sua primeira obra poética, “Alguma Poesia”, marco da segunda fase do modernismo, demonstra grande amadurecimento e inicia a conquista da aceitação dos leitores. No mesmo ano, seu poema Sentimental é declamado na conferência “Poesia Moderníssima do Brasil”, feita na Faculdade de Letras de Coimbra.
O poeta falava também sobre temas como as preocupações sócio-políticas da época e do desajustamento do indivíduo, como em “A Rosa do Povo”, de 1945. Mesmo escrevendo sobre temas difíceis e delicados, conseguia encontrar leveza para manter sua escrita com humor e uma sóbria ironia.
Produzindo até o momento de sua morte, em 1987, Carlos Drummond de Andrade deixou uma vasta obra. Com mais de 80 anos, considerava-se um “sobrevivente”, como destaca no poema “Declaração de Juízo”. Além de poesia, produziu também livros infantis, contos e crônicas.
A seguir, reportagem da Globo News sobre o poeta:
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Dia-a-dia
Era um dia como outro qualquer. Carlos acordou as 5:30 para estudar Cálculo IV, matéria cuja prova fez horas depois, das 8:00 as 12:00. Em seguida almoçou, arrumou suas coisas e pegou estrada. Foram quatro horas de viagem de Sorolândia a Basqtown na companhia de Lazarinho e Ferreira.
Carlos e Ferreira então chegaram a casa. Nesse momento, Ferreira iniciou um diálogo:
- Carlos, você deve estar com fome, vou fazer algumas compras.
- Não, não estou. Acho que só vou comer amanhã agora.
- Eu tinha imaginado. Vou fazer compras e já volto com comida fresquinha.
- Mas eu disse que não estou com fome. Amanhã faço as compras.
- Está bem. Eu tentarei ser rápido e daqui a pouco estou aqui com a janta.
Nesse momento, enquanto nas ruas o tráfego era intenso, enquanto nos bares as pessoas se divertiam, enquanto na África indivíduos lutavam por comida, enquanto seres humanos imploravam por justiça em todo o mundo, enquanto Daniel Dantas era preso e solto e enquanto filhos e pais se comunicavam que Carlos indagou, pensou, e disse a si mesmo:
- Qual a serventia de uma orelha, ou melhor, de um par delas?
Segundos se passaram. A pergunta pairava no ar quando a filosofia tomou conta do garoto.
- Bom, no cursinho me lembro de algo relacionado a um martelo, uma bigorna e um estribo. Teria a orelha um lado agrário? Bom, se isso fosse verdade deveríamos conseguir nos comunicar com cavalos, vacas, etc.
Esse raciocínio não fez sentido ao filósofo. Tentou então lembrar-se de alguma outra orelha existente em sua vida.
- É claro. Quando meus amigos fazem alguma coisa idiota, dizemos que ele é um “orelha”. Sendo assim, orelha seria um sinônimo de idiotice e serviria apenas para designar alguém.
Se fosse uma redação teria zerado por fugir ao tema. A situação já era desanimadora quando Carlos finalmente pensou em algo sensato.
- Quando estava no maternal, a professora Marilda disse: “Nós ouvimos através da orelha”. Ouvir pode ser algo muito interessante, ajudando a compreender o que os outros querem dizer e tomar atitudes baseadas nisso.
Depois de três pensamentos muito complexos, Carlos pôde chegar a uma conclusão a respeito das orelhas dos seres humanos.
- Bom, acho que as orelhas servem para ouvir.
Porém, a conclusão lhe trouxe dúvidas.
- Mas, por que algumas pessoas que tem orelha parecem não ouvir?
Nesse momento, a epifanía de um jovem garoto, o ápice da filosofia ocidental, o clímax de uma vida pautada no Big Brother Brasil até então. No milésimo de segundo em que um homem amou seu semelhante, no instante em que George W. Bush deu um soco em Ronald McDonald, Carlos finalizou sua linha de raciocínio.
- Essas pessoas devem ter muita cera na orelha.
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