Engraçado, não vejo mulheres felizes por trás de mim, nem ao lado e nem à frente.
Não vejo mulheres, a maioria delas, mas não todas, não porque não olho, meus olhares é que não são vistos.
Elas veem, mas não os meus olhares.
Eu sim os vejo, e vejo também o delas apontando em direções abstratas, onde abstratos são também os olhos vistos.
Abstratos, digo eu, com conotação simplória.
Quero julgar mas, não, nesse caso tornaria-me igual àqueles iguais.
Simplório sim, de origem simples, mas não bela, nem tudo o que é simples é belo, como eu, que sou simples mas não belo.
Mas agora são eles que são belos e são simples, e tornaram-se simples por serem belos.
Isso indica pobreza, mas não uma pobreza sensata, ela mesmo se cria e vive sem que a vida de quem vive perceba que grande parte do que é vivo dentro dela vive sem razão.
E por isso é pobre.
Pobre aqui realmente indica pobreza, ausência de algo importante.
Das poucas certezas que tenho na vida, essa é uma delas. Esse algo eu tenho, sinto e vivo em mais de uma dimensão.
Isso só é possível com algo, algo que é alguma coisa além de nada e muito aquém de tudo.
Esse algo não é físico, não é espiritual, porque não existe.
Nada existe além do algo, nem ele.
Mas o algo me faz existir.
Talvez seja uma troca e quando eu partir, bom, eu não quero partir.
Eu fico, até qualquer dia.
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