terça-feira, 3 de abril de 2012

Desmicheltelonização

Muito bom dia Chiquinha
Pixinguinha está chamando por ti
E nosso velho Cartola
Diz, então, que viverá a sorrir

João Gilberto soprou
Melodia pra mais uma canção
E o poetinha a cantar
Beija Tom no Dia da Criação

Em disparada, Vandré
Reabre as ruas pra banda passar
Chico rei, Edu amigo
É com vocês que eu quero sempre estar

Gal, Bethânia, Gil, Caetano
Preta pretinha, alegria, alegria!
Salve salve meus baianos
Mutantes, mais um louco e belo dia!

Alô, alô Assumpção
Eu tenho um amigo chamado Arrigo
Vou cuidar da minha vida
Não sei o que é dodecafonismo

'
Vou, ninguém vai me impedir
Desmicheltelonizar o Brasil!

sábado, 17 de março de 2012

Por trás de um homem triste

Engraçado, não vejo mulheres felizes por trás de mim, nem ao lado e nem à frente.
Não vejo mulheres, a maioria delas, mas não todas, não porque não olho, meus olhares é que não são vistos.
Elas veem, mas não os meus olhares.
Eu sim os vejo, e vejo também o delas apontando em direções abstratas, onde abstratos são também os olhos vistos.
Abstratos, digo eu, com conotação simplória.
Quero julgar mas, não, nesse caso tornaria-me igual àqueles iguais.
Simplório sim, de origem simples, mas não bela, nem tudo o que é simples é belo, como eu, que sou simples mas não belo.
Mas agora são eles que são belos e são simples, e tornaram-se simples por serem belos.
Isso indica pobreza, mas não uma pobreza sensata, ela mesmo se cria e vive sem que a vida de quem vive perceba que grande parte do que é vivo dentro dela vive sem razão.
E por isso é pobre.
Pobre aqui realmente indica pobreza, ausência de algo importante.
Das poucas certezas que tenho na vida, essa é uma delas. Esse algo eu tenho, sinto e vivo em mais de uma dimensão.
Isso só é possível com algo, algo que é alguma coisa além de nada e muito aquém de tudo.
Esse algo não é físico, não é espiritual, porque não existe.
Nada existe além do algo, nem ele.
Mas o algo me faz existir.
Talvez seja uma troca e quando eu partir, bom, eu não quero partir.
Eu fico, até qualquer dia.

sábado, 4 de junho de 2011

Cultura - Teatro - Augusto Boal


Augusto Pinto Boal (16/03/1931 – 02/05/2009) foi diretor de teatro, ensaísta e dramaturgo brasileiro, talvez uma das mais importantes figuras do teatro contemporâneo internacional. Fundou o Teatro do Oprimido, aliando teatro à ação social, direcionando o teatro também às áreas de educação, saúde mental e ao sistema prisional.

Nascido no subúrbio do Rio de Janeiro, filho de um padeiro português e de uma dona de casa, dirigia peças familiares desde os nove anos de idade. Ao completar 18 começou a cursar engenharia química na atual UFRJ, e paralelamente escrevia textos teatrais. Na década de 1950 realizou seu Ph.D em Engenharia Química em Nova York, na Columbia University, e lá também freqüentou a School of Dramatics Arts.
Quando voltou ao Brasil, foi convidado a integrar o Teatro de Arena de São Paulo, na época uma das mais importantes companhias teatrais do país. Em sua primeira direção Ratos e Homens, recebeu o prêmio de revelação de direção da APCA. Com o Teatro de Arena em dificuldades, resolve apostar em textos de autores brasileiros para reerguê-lo, e consegue, com o texto “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancesco Guarnieri. O grupo ressurge, provocando uma verdadeira revolução na cena brasileira, abrindo caminho para a dramaturgia local. Prosseguiu com um teatro voltado à realidade do Brasil, e sob sua direção, “Chapetuba Futebol Clube” obteve outro grande êxito nessa vertente.
Nos anos seguintes, Boal continuou com a direção e criação de inúmeras peças e tornou-se um dos dramaturgos mais importantes do período. Com o golpe militar em 1964, participa de um grupo cuja pretensão era criar um foco de resistência política através da arte, e conseguem, com o show Opinião.
A partir de Opinião, iniciou-se um ciclo de musicais no Arena, primeiro experimento do sistema curinga, onde os atores se revezavam fazendo todos os personagens, dentre eles Arena Conta Zumbi (1965), Arena Conta Bahia, Tempo de Guerra e Arena Conta Tiradentes. Em 1968, reuniu textos curtos de vários autores na Primeira Feira Paulista de Opinião, fazendo assim um depoimento teatral sobre o Brasil naquele ano.
Ao final de 1968, com o decreto do AI 5 feito pelos militares, o Arena viaja ao exterior, por onde permanece nos anos de 1969 e 1970. Ao voltar, é criado o Teatro Jornal – 1ª Edição, trabalho de dramatizações a partir de notícias de jornal.
Em 1971, Boal é preso e torturado, e nesse momento decide deixar o país com destino à Argentina, terra de sua esposa Cecília Boal. Lá desenvolve o Teatro Invisível até que em 1973 viaja ao Perú, onde aplica suas técnicas num programa de alfabetização integral e começa a fazer o Teatro Fórum. No Equador desenvolve o Teatro Imagem com populações indígenas, período representado por seu texto Murro em Ponta de Faca.
Em 1977 muda-se para Portugal, onde escreve Mulheres de Atenas, adaptação de Lisístrata, de Aristófanes, com músicas de Chico Buarque. Em 1978 estabelece-se em Paris e cria um centro para pesquisa e difusão do teatro do oprimido, e, em 1981 promove o I Festival Internacional de Teatro do Oprimido.
Volta ao Brasil definitivamente em 1986, onde inicia o plano piloto da Fábrica de Teatro Popular cujo objetivo principal seria tornar acessível a qualquer cidadão a linguagem teatral e cria o Centro do Teatro do Oprimido.
Em 2008, Boal é indicado ao Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho com o Teatro do Oprimido. Em 2 de maio de 2009, Augusto Boal, que sofria de leucemia, falece por insuficiência respiratória.
Algumas frases que revelam a importância deste ícone para o teatro:
  • "Boal conseguiu fazer aquilo com que Brecht apenas sonhou e escreveu: um teatro alegre e instrutivo. Uma forma de terapia social. Mais do que qualquer outro homem de teatro vivo, Boal está tendo um enorme impacto mundial" - Richard Schechner, diretor de The Drama Review.
  • "Augusto Boal reinventou o teatro político e é uma figura internacional tão importante quanto Brecht ou Stanislawski" – The Guardian.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Música - Hermeto Pascoal



Hermeto Pascoal, nascido em Lagoa da Canoa, em 22/07/1936, é um multi-instrumentista brasileiro extremamente respeitado no Brasil e no exterior.
Desde criança, se mostrou fascinado por sons da natureza, chegando a utilizar cano de mamona de jerimum para construção de instrumentos, materiais de seu avô ferreiro ou simplesmente a água para invenção de novas sonoridades.
Em 1950, muda-se para o Recife, e lá, ajudado por Sivuca, integra a Radio Jornal do Commercio, onde começa a tocar acordeão no trio “O Mundo pegando Fogo”. É despedido, mas retorna anos depois, e, em 1954, casa-se com Ilza da Silva, com quem têm seis filhos. Na mesma época, descobre o piano, toca com Heraldo do Monte e em seguida muda-se para João Pessoa para integrar a Orquestra Tabajara.
Em 1958, muda-se para o Rio de Janeiro e participa de alguns projetos tocando acordeão, piano, flauta e saxofone, mas é em 1961, que, atraído pelo mercado de trabalho, transfere-se para São Paulo. Lá, participa de inúmeros projetos como os grupos Som Quatro e Sambrasa Trio, até que, com o florescimento dos programas musicais de TV, em 1966, cria o Quarteto Novo juntamente com Heraldo do Monte, Théo de Barros e Airto Moreira, inova com sua sonoridade refinada e vence um dos festivais da Record com “Ponteio”, de Edu Lobo.
Em 1969, viaja aos EUA a convite de Flora Putin e Airto Moreira para gravação de dois LP, e conhece Miles Davis, com quem grava duas canções.
A partir daí, participa de inúmeros concertos pelo mundo, como em 1979, no Festival de Montreux, e em seguida o “Live Under the Sky”, no Japão. Durante a década de 80, lançou alguns projetos como “Hermeto Pascoal & Grupo”, “Lagoa da Canoa”, “Sinfonia em Quadrinhos”, “Suíte Pixotinha” (lançada em Copenhague), “Só Não Toca Quem Não Quer” e “Por Diferentes Caminhos”.
Em 1992, lança com o seu grupo, o Festa dos Deuses e viaja à Europa para uma série de concertos na Alemanha, Suíça, Dinamarca, Inglaterra e Portugal.
Entre junho de 1996 e junho de 1997, compõe uma canção por dia e cria o “Calendário do Som”, lançado em 1999, mesmo ano em que lança o CD “Eu e Eles”, no qual toca todos os instrumentos.
Em 2002, conhece Aline Morena, com a qual passa a residir em 2003. Com ela, forma o duo “Chimarrão com Rapadura”, e grava CD e DVD homônimos em 2005. Em 2010, lança novo projeto com Aline Morena, o CD “Bodas de Latão”.
Atualmente, Hermeto apresenta-se em cinco formações: "Hermeto Pascoal e Grupo", "Hermeto Pascoal e Aline Morena", "Hermeto Pascoal Solo", "Hermeto Pascoal e Big Band" e "Hermeto Pascoal e Orquestra Sinfônica".

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cultura - Roberto Burle Marx

                                                                       Parque Burle Marx


Roberto Burle Marx (04/08/1909 – 04/06/1994) foi um dos mais importantes arquitetos paisagistas do século XX, conhecido internacionalmente.
Filho de Cecília Burle, exímia cantora e pianista, e Wilhelm Marx, comerciante de couros e amante de música erudita e literatura estrangeira, Burle Marx morou em São Paulo até 1913, quando se muda para o Rio de Janeiro.
Aos 19 anos, com problemas de saúde, vai com a família para a Alemanha em busca de tratamento. Em Berlim, também estuda pintura e frequenta assiduamente o mais antigo jardim alemão, o Botanischer Garten Und Botanisches Museum Berlin-dahlem. É nesse momento que nota pela primeira vez a beleza das plantas tropicais e da flora brasileira. De volta ao Brasil, ingressa na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde convive com importantes nomes da cena artística da época, como Oscar Niemeyer.
Seu primeiro projeto paisagístico foi, em 1932, o jardim de uma casa desenhada pelos arquitetos Lúcio Costa e Gregory Warchavchik. Em 1934, idealiza o primeiro projeto de jardim público, a Praça de Casa Forte, no Recife, e, em 1935, projeta a Praça Euclides da Cunha, onde utiliza plantas da caatinga e do sertão nordestino, semeando assim a alma brasileira e divulgando o “senso de brasilidade”.
Em 1949, começa a organizar uma enorme coleção de plantas, em uma área de 365.000 m² comprada por ele no litoral do Rio de Janeiro. Em 1985, doa a área a uma entidade do governo federal.
Conhecido pela sua preocupação em preservar a flora brasileira e o meio ambiente em geral, Burle Marx inovou ao usar plantas nativas do Brasil em suas criações, característica essa que se tornou sua marca registrada. O “estilo Burle Marx” se tornou sinônimo de paisagismo brasileiro mundo afora.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A vida e o viver.

Há alguns anos poderia dizer que meu caderno da vida se encontrava com suas folhas ainda não preenchidas, um vazio de palavras e emoções reinava na transparência de meu pertence. Por forças maiores, ainda desconhecidas, muito aconteceu na vida deste que escreve, ou pelo menos tenta, nos últimos meses, semestres, anos e momentos. Letra a letra, lacunas que antes se demonstravam indeterminadas, espaços que ansiavam por um suspiro de vida, foram delineados de formas diversas, vezes com uma melancolia fatigada, outras como suspiros suaves de felicidade fruto de uma nova amizade. Hoje sinto que não há suporte para tamanhas cargas de vida que carrego sobre meus sonhos, sonhos que já foram vividos sem a percepção real do que acontecia, e que hoje afiguram-se quadros imutáveis que se movem, como aquela nostalgia deliciosa exibida nas margens de um apaixonante e involuntário sorriso.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Atualidades

A seguir, posto algumas das idéias mais difundidas nos "papos" da moçada desse século XXI:

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Pois é, a evolução é algo constante.